Dimensão: to have or not to have…

Muitas empresas são confrontadas diariamente com as suas aparentes limitações quanto à sua dimensão que parecem dificultar a sua capacidade de negociação comercial ou financeira. Quantas vezes surge a sensação de que se se tivesse uma maior dimensão haveria capacidade de impor outras condições. Negociar um melhor preço com um fornecedor, um rappel melhor, taxas de juros com bancos ou prazos de recebimento e/ou pagamento mais favoráveis, são exemplos de tarefas que podem ser mais árduas quando não há dimensão. Obviamente, tudo isto faz parte da equação mas sem dúvida que também poderá haver vantagens em ter menor dimensão, porque o eventual imobilismo e dificuldade de reacção de estruturas maiores dá-lhes também a perda de eficácia. Estamos a generalizar e há excepções quer pela positiva quer pela negativa. Mas ter uma dimensão pode trazer: Maior flexibilidade – por exemplo, na adaptação de propostas, no cumprimento de exigências de um cliente; Maior rapidez – no cumprimento de prazos, na resposta a clientes. Em algumas grandes organizações chega a ser confrangedor o tempo que se perde com emails e “contra” emails , em discussões estéreis, em projectos que se perdem no “pipeline” de diferentes áreas da empresa; Maior personalização – com um atendimento e atenção que as grandes organizações têm dificuldade em prestar; Melhor adaptação – quando há mudanças de mercado ou outros factores que obriguem a alterações estratégicas. Esta capacidade de adaptação depende também da empresa poder contar com parceiros que lhe permitam poder dedicar-se mais ao seu core de negócio, deixando a esse parceiro algumas tarefas que podem ser asseguradas em outsourcing. Por último, e a propósito deste tema,...

O peso da tributação autónoma

Na carga fiscal que incide actualmente sobre as empresas a nível de IRC, tem vindo a ganhar cada vez mais peso a parcela relativa à tributação autónoma, ou seja, que não depende dos resultados da empresa (apesar de poder ser agravada em caso de resultados negativos), atingindo já os 20% do total. Inicialmente esta figura foi criada com o objectivo de tributar nas empresas aquilo que, de acordo com a Autoridade Tributária, “escapava” aos impostos pagos por alguns trabalhadores das empresas, em especial no caso da utilização de viaturas. A limitação inicial era aliás relativa ao valor máximo de depreciações que se podiam deduzir para efeitos fiscais, dado que nem eram inicialmente alvo de tributação autónoma. Diga-se, aliás, que a questão sobre a utilização de viaturas para fins pessoais e/ou profissionais não é muitas vezes pacifica nem linear… Onde é que começa a utilização para fins pessoais de um profissional que fica na empresa para além do horário habitual de trabalho ou que se desloca frequentemente para fora do escritório? Esta questão transborda a questão fiscal, podendo ser alargada para outra área, a da legislação laboral e dos direitos adquiridos no caso de uma futura saída do funcionário da empresa, não sendo a primeira vez que tal matéria é levada a Tribunal de Trabalho. Voltando à tributação autónoma, temos actualmente uma taxa que pode ir até 35% das despesas tidas com veículos ligeiros, incluindo as próprias depreciações, mas que abrangem também despesas de representação e ajudas de custo ou deslocações em viatura própria não facturadas explicitamente a clientes e podendo as taxas serem agravadas em mais 10 pontos percentuais...

Processo Especial de revitalização – PER

Uma empresa que se encontre numa situação económica difícil ou em situação de insolvência meramente iminente pode recorrer ao Processo Especial de Revitalização (PER). Existem muitas razões para que tal suceda mas pode ser inevitável recorrer a esse processo. Muitas das empresas que recorrem a esta medida acabam por conseguir recuperar da situação frágil em que se encontram. Para tal, é imprescindível identificar quais as debilidades da empresa e quais os aspectos a rectificar, quer do ponto de vista comercial quer a nível da sua estrutura e apresentar um plano de negócio credível para ser apresentado e negociado com os diferentes credores. A Servbizz possui a experiência para acompanhar a empresa neste difícil processo, em que o apoio e a consultoria são importantes para também permitir que os gestores da empresa possam continuar a estar focados na sua actividade e no seu...

Contabilidade Turismo

A área legal, financeira e fiscal no sector do turismo obedece a regras e obrigações muito específicas. Na área das agências de viagens e operadores turísticos, o apuramento do IVA, a contabilização das margens e das receitas, entre outros aspectos, leva a que seja imprescindível o apoio e o know how de especialistas. A Servbizz possui essas valências, elaborando a contabilidade da sua empresa. Além disso, quer a nível de apoio comercial, quer a nível de sistemas informáticos e ainda de requisitos formais específicos desta actividade, a Servbizz é uma mais valia para o seu...

Acreditação Vale

No âmbito do quadro de fundos comunitários “Portugal2020”, o “Vale Empreendedorismo”, o “Vale Internacionalização” e o “Vale Inovação” (regime simplificado) são apoios dirigidos a PME’s para a contratação de serviços de consultoria, fundamentais para a elaboração de planos de negócio e de investimento nos projectos das empresas, para estudos de mercado e de consultoria específica e para a definição de modelos de negócio para a economia digital, entre outras possibilidades. As empresas que podem usufruir deste apoio são PME’s com menos de 2 anos. Trata-se de um apoio não reembolsável até 75% e o apoio pode chegar a 15.000 € (exemplo para um projecto de 20.000 €). Existem também condições decorrentes da situação tributária e patrimonial da empresa. A Servbizz encontra-se acreditada junto do Balcão2020 para a prestação de serviços de consultoria no âmbito destes...

Capacidade e vontade de delegar

Uma das grandes lacunas no tecido empresarial português, continua a ser, na minha perspectiva, a falta de capacidade de delegar. Delegar tarefas, partilhar projectos e informação. Alguns dos motivos para que tal suceda não são puramente racionais, dado que tocam a esfera do emocional. Enumero alguns: 1) Necessidade absoluta de controle – Querer deter o controle da informação, sem considerar sequer partilhar e/ou delegar; 2) Falta de confiança nos recursos humanos – Por julgar que não tem quadros/funcionários com competências para assumir determinadas tarefas; 3) Falta de capacidade de transmissão de informação – Por não ter a competência necessária para transmitir a informação em causa; 4) Receio de ser ultrapassado – Por considerar que delegar/partilhar pode pôr em causa o seu papel, o seu lugar na organização. As consequências desta postura são inevitáveis e prejudiciais às organizações. Destaco: 1) Falta de iniciativa – Promoção do imobilismo das organizações e da capacidade de tomar decisões; 2) Inércia da organização – Quando a centralização impera, inevitavelmente os processos de decisão e de execução de tarefas são mais lentos, levando a uma perda de competitividade. 3) Ineficiência – A evolução das espécies explicada por Darwin demonstra que é do cruzamento de informação (genes) que resultam indivíduos mais preparados para enfrentar o meio ambiente. O mesmo é válido quanto à partilha de informação e delegação. Delegar não significa “passar” problemas que não querem ser resolvidos, não significa dar tarefas menores a outros, não significa passar dossiers sem passar a informação crucial para executar essas tarefas. Significa acreditar nos recursos humanos da empresa e no seu potencial, significa ser um verdadeiro líder e criar...

Outgoing: Uma breve história do passado recente e desafios futuros (parte 4/4)

Parte 4 – Cenários Nos anteriores textos abordei a evolução das agências de viagens, sobretudo numa óptica de lazer e sobre as novas ameaças e desafios que surgiram. Neste último texto sobre a matéria falarei sobre as oportunidades e possíveis “caminhos” para o futuro. Como foi referido, a estratégia de posicionamento, competitividade e de modelo de negócio terá de passar por variáveis diferentes das do passado, em que o preço e a relação com o fornecedor ditavam regras. Nesse sentido, aponto o que considero serem algumas das linhas orientadoras das agências no futuro, a saber: 1) Segmentação e especialização – O consumidor procura quem conheça aquilo que oferece, sobretudo quando estamos a falar de nichos de mercado e de produtos que requerem alguma especialização. É algo em que o online dificilmente é alternativa, porque estamos a falar de serviços em que há necessidade de ter um interlocutor que possa aconselhar as melhores opções e que fale com o cliente como especialista do destino, da experiência ou do produto. Como já referido, há diferentes conceitos de especialização: neve, mergulho, cruzeiros, programas de voluntariado, programas de aventura, desportos radicais, viagens de luxo, luas de mel, e destinos centrados numa temática, como a fotografia ou a natureza, são alguns exemplos. Podem não ser necessariamente a principal fonte de receita da agência (até porque em Portugal pode haver problemas de dimensão) mas ajuda a dar visibilidade à agência, tornando-a conhecida e referenciada. Claro que obrigará a agência a ter, de facto, peritos nas matérias em causa e apostar no conhecimento intensivo dessa oferta. A agência deve também apostar em mensagens de divulgação da...

Outgoing: Uma breve história do passado recente e desafios futuros (parte 3/4)

Parte 3 – Oportunidades e Desafios Nos anteriores artigos, tive oportunidade de mencionar algumas das principais alterações e as suas consequências, no sector de retalho das agências de viagens. Resta agora falar um pouco do futuro para as agências em Portugal (e não só). A conjuntura económica é algo que certamente tem uma influência muito grande quer no comportamento dos consumidores quer na capacidade de investimento das agências. Desse ponto de vista, não é expectável que os próximos anos tragam uma grande melhoria em relação àquilo que foi a realidade dos últimos anos, marcados por crises económicas e financeiras que criaram um retrocesso nos níveis de crescimento do país e uma diminuição do rendimento disponível. Uma das razões fundamentais para que tal tenha sucedido foi o crescimento descontrolado das despesas do Estado, dado que há quem ainda não tenha entendido que o Estado tem de se limitar às suas funções essenciais e de regulação, emagrecendo para que haja libertação de meios para quem de facto dinamiza a economia, o sector privado. A diferenciação e a inovação serão as armas ao dispor das agências para poderem ganhar espaço e sobreviver. Os consumidores alteraram significativamente o seu padrão de consumo e as suas necessidades/exigências em relação ao início da década anterior, o que abre caminho a novas oportunidades. Por outro lado, a evolução tecnológica vai continuar a ser uma realidade e a permitir ter acesso a novas ferramentas e mais baratas para poder vender e promover. Mas vamos por partes… No inicio do milénio, tivémos um mercado de retalho de viagens claramente marcado pelo maravilhoso “mundo novo” de destinos que se...

Outgoing: Uma breve história do passado recente e desafios futuros (parte 2/4)

Parte 2 – As consequências Falei anteriormente sobre alguns dos fenómenos e acontecimentos que ditaram a evolução do sector das agências de viagens nos últimos anos, nomeadamente com a utilização generalizada da Internet, o surgimento das low cost e a redução das margens comerciais. Continuo agora a referir alguns outros factores que têm influenciado essa evolução e as suas consequências. Do lado da procura, para além da maior capacidade e apetência para a compra directa, a crise económica dos últimos anos teve um impacto grande mas apesar de tudo limitado neste sector, dado que os factores apontados anteriormente já tinham levado a alguns ajustamentos em estruturas e número de balcões. A oferta reduziu drasticamente, levando a que em muitos destinos o preço tenha inclusive subido. Talvez o melhor exemplo tenha sido o destino Brasil, que em determinado momento chegou a ter charters quase diários quando, neste momento, apenas em determinados períodos festivos do ano isso sucede… A nível do negócio “corporate”, houve também um ajustamento por parte das empresas clientes à nova realidade, ainda que a ida de muitas dessas empresas, sobretudo para Angola e Brasil, assim como a emigração para esses países, tenha atenuado esse impacto. Este segmento permitiu “suavizar” o impacto negativo a nível das viagens de lazer. No entanto, o hábito de atribuir crédito neste segmento de negócio quando o product mix das vendas é em larga maioria de aviação, levou a um grande esforço financeiro de algumas agências, que se tornaram financiadoras dos seus clientes, quando a margem comercial gerada dificilmente o permitiria. Mais uma vez, assistimos a uma tentação de ter como único indicador...

Outgoing: Uma breve história do passado recente e desafios futuros (parte 1/4)

Parte 1 – Quem mexeu no meu queijo? O sector das agências de viagens e do turismo em geral é, historicamente, um dos mais dinâmicos e competitivos, quer pela permanente alteração da oferta e das condicionantes da procura, quer pelos factores internos e externos que a influenciam, quer pela necessidade de estar permanentemente na vanguarda das soluções tecnológicas que permitem dispor de ferramentas que assegurem essa competitividade. Vou tentar fazer um resumo daquilo que foi a evolução este sector e apontar alguns caminhos que poderão ser eventualmente trilhados, quando muitos questionam o futuro das agências de viagem num contexto em que a “desintermediação” e a redução de margens tem sido a regra. A última década alterou definitivamente o paradigma das agências de viagens, em especial na sua vertente de viagens de lazer, nomeadamente: 1) Internet – A melhoria das ferramentas quer a nível da fiabilidade da venda online quer da velocidade de comunicação criou não só uma competição acrescida com novos players como também gerou o fenómeno da “desintermediação”, em especial em destinos de alguma proximidade e de menor complexidade da viagem (voos directos/ ponto a ponto). Surgiram e continuam a surgir novas funcionalidades, como a marcação directa do hotel via portais de reserva ou via aplicações para smartphones e tablets. Aliás, não foi o único sector em que tal ocorreu, havendo outras áreas de retalho que se tiveram de adaptar. Esta realidade foi e é também um factor gerador de novas oportunidades mas obviamente com necessidades específicas de investimento e com uma estrutura de custos muito própria, o que muitas vezes é esquecido (sobre este assunto falarei noutra...