Alguns dos motivos para que tal suceda não são puramente racionais, dado que tocam a esfera do emocional. Enumero alguns:

1) Necessidade absoluta de controle – Querer deter o controle da informação, sem considerar sequer partilhar e/ou delegar;

2) Falta de confiança nos recursos humanos – Por julgar que não tem quadros/funcionários com competências para assumir determinadas tarefas;

3) Falta de capacidade de transmissão de informação – Por não ter a competência necessária para transmitir a informação em causa;

4) Receio de ser ultrapassado – Por considerar que delegar/partilhar pode pôr em causa o seu papel, o seu lugar na organização.

As consequências desta postura são inevitáveis e prejudiciais às organizações. Destaco:

1) Falta de iniciativa – Promoção do imobilismo das organizações e da capacidade de tomar decisões;

2) Inércia da organização – Quando a centralização impera, inevitavelmente os processos de decisão e de execução de tarefas são mais lentos, levando a uma perda de competitividade.

3) Ineficiência – A evolução das espécies explicada por Darwin demonstra que é do cruzamento de informação (genes) que resultam indivíduos mais preparados para enfrentar o meio ambiente. O mesmo é válido quanto à partilha de informação e delegação.

Delegar não significa “passar” problemas que não querem ser resolvidos, não significa dar tarefas menores a outros, não significa passar dossiers sem passar a informação crucial para executar essas tarefas. Significa acreditar nos recursos humanos da empresa e no seu potencial, significa ser um verdadeiro líder e criar novos líderes, significa valorizar a empresa e tornar a empresa mais eficiente. Infelizmente, nem sempre é visto desta forma e o medo, o orgulho e egoísmo sobrepõem-se…

Como disse no início, e obviamente com várias excepções, é uma das áreas onde em Portugal há muito a fazer e que ataca pequenas e grandes empresas.